Fotos: Augusto Pinz
A Secretária de Saúde do município de Canguçu, Mariza Eslabão (PP), esteve participando de reunião na Câmara Municipal de Vereadores nesta quinta-feira (28) onde apresentou uma série de dados do atendimento básico de saúde do município. O convite para que ela participasse da sessão partiu do vereador Arion Braga (PP). Mariza esteve acompanhada de coordenadores de áreas estratégicas da saúde, secretários municipais e o prefeito Cássio Mota (PP). Entre vários programas e atendimentos, a secretária revelou preocupação com o grande número de casos de gravidez na adolescência. “Estamos realizando campanhas para discutir este tema. Entendemos que esta discussão envolve também a sociedade e a família”, falou.
Mariza também revelou que foi feita uma pesquisa por um estagiário do serviço social, junto ao pronto atendimento, para saber como as pessoas estavam avaliando o atendimento da saúde. Segundo ela os dados não foram divulgados porque estão sendo analisados pelo Conselho Municipal de Saúde, funcionários e representantes da comunidade. “Muitos não sabem dos detalhes desta pesquisa, mas temos uma apuração que revela que temos problemas para resolver, mas que estão ao nosso alcance para melhorar”, disse. De 542 respostas, 12,7% responderam entre péssimo e regular em relação ao atendimento prestado pela área da saúde. A Secretária disse que irá buscar soluções para isso e que entendia que é um ponto que deve ser superado. “Vamos implantar esta pesquisa nas demais unidades de saúde”, comenta, já que a pesquisa foi feita apenas no “Postão”.
O Autor do convite para presença da secretária, vereador Arion Braga, foi o primeiro a se manifestar. Ele lembrou que a qualificação da saúde em Canguçu começou quando o atual prefeito assumiu a secretaria de saúde. “Dinheiro gasto com a saúde é barato. E Canguçu, secretária, com todos os problemas ainda temos muito a frente dos outros municípios”, falou. O vereador aproveitou para questionar o convênio entre Prefeitura e a utilização de serviços de Raio-x. Braga condena o baixo número de exames destinados de forma gratuita à comunidade. Ele também comentou que em postos do interior alguns médicos estariam tentando limitar o número de atendimentos. “Se tem 20 fichas e 25 pessoas para atender, como fica? E tem médico que chega e determina que será 15 e deu (sic)”, argumentou. A Secretária disse que a licitação é feita em função da economia para o município. Sobre as consultas no interior ela disse que é raro utilizar toda a capacidade dos postos de saúde e das unidades móveis durante os atendimentos. “Se essa estrutura no interior fosse melhor utilizada a demanda no Posto de Saúde (Postão) seria bem menor”, disse. Sobre o número de atendimentos a Secretária garantiu que “de todas as vezes que ela tem conhecimento” os médicos sempre atendem todos, citando um dia em que foram atendidas 37 pessoas na localidade de Maria Antônia – 4º distrito.
Presente na reunião, o prefeito Cássio Mota (PP) aproveitou para argumentar em defesa do trabalho realizado. Em determinado momento o vereador Arion Braga disse que o prefeito não poderia se manifestar porque não teria sido convidado para a sessão. O Prefeito não se intimidou e explicou como funciona o atendimento em casos especiais para pagamento de consultas com médicos especialistas. O prefeito anunciou a inauguração da UTI Neonatal do município e a vinda da “Casa da Gestante” que irá atender toda a região. “Pra falar de saúde tem que saber o que é responsabilidade da Secretária, da região e do estado. Essa casa tem que tirar uma moção urgente para aprovação da emenda 029”, finalizou. Ao tentar argumentar novamente, o presidente da Câmara, vereador Wendel Vilela (PTB) pediu que fosse respeitada a ordem do convite para a secretária, e que se o Prefeito tivesse a intenção de se manifestar que passasse as informações para a secretária se manifestar. Já o vereador Papança (PP), querendo terminar com a polêmica tentou contornar o fato mas ouviu do presidente que embasado no regimento interno da casa, quem iria falar seria a secretária. “Eu hoje como presidente estou cumprindo o regimento. O Prefeito sempre foi e é bem-vindo mas para manter a ordem da sessão vamos cumprir o que manda o regimento”, disse. O Vereador Ubiratan Rodrigues (PP) convidou, oficialmente, o prefeito para compor a mesa ao lado da secretária.
O vice-presidente da Câmara, vereador Gilbero Degar (PMDB), comentou a importância da saúde e do bom atendimento, lembrou do tempo em que faltavam ambulâncias no município e que hoje a situação mostrou melhora. O vereador Zilmar Rosa (PSDB) indagou sobre a metodologia da pesquisa realizada e pediu um posto de saúde na Coxilha dos Piégas – 4º distrito. “Não sei por que a Coxilha dos Piegas está discriminada”, disse, lembrando que a reivindicação é antiga. Rosa disse que isso vai de encontro ao que está sendo dito pela secretária, já que tendo o posto no interior irá diminuir a demanda do posto central.
O Vereador Gérson Nunes (PT), em seu pronunciamento, colocou em xeque a qualidade do serviço prestado pelo raio-x. Ele citou o caso de uma cliente sua, no escritório de advocacia, que em um exame realizado na Prefeitura deu negativo e no raio-x realizado no hospital de caridade deu positivo para um problema de coluna. “Como é avaliada a qualidade do dos exames de raio-x, secretária?”, perguntou. Ele também quis saber sobre o modelo de seleção para escolha dos médicos e também qual era a função de uma pessoa que fica nos corredores da secretaria. Mariza respondeu que existe uma empresa que cuida dos reparos do aparelho de raio-x. “Esse controle é feito por área técnica especializada, não é de Canguçu”, disse. Sobre a contração de médicos existe um processo seletivo e a expectativa de concurso público. Em relação ao cargo em comissão citado ele é responsável por olhar o funcionamento do posto e fazer com que “as coisas funcionem bem”.
“Saúde nós sabemos fazer! Não brincamos de fazer saúde”, disse o vereador Madrid (PP) dizendo que a saúde de Canguçu está de parabéns e não existe nenhum questionamento a ser feito. Joaquim Paulo, Papança (PP), também fez elogios ao trabalho da secretária Mariza Eslabão. “Não poderíamos esperar algo diferente”, comentou. João Durão (PDT) elogiou a idéia de realizar uma pesquisa de satisfação e perguntou como estava a questão sobre o anestesista que havia desistido de trabalhar no município e questionou se o município tem plantão de ambulâncias ou ficou tudo com a SAMU? A Secretária disse que na renovação do convênio com o hospital subiu para R$ 37.200,00 mensais para o serviço de anestesia. “No convênio só é repassado o dinheiro se tiver anestesista 24 horas”, revelou. Sobre o plantão da ambulância das cinco disponíveis nem todas tem condições de viagens distantes, mas existe o primeiro e o segundo plantão.
O Vereador Ailto de Melo (PMDB) manifestou preocupação sobre o nível da saúde no país, no estado e também no município. Fez coro com o Prefeito pedindo aprovação da emenda 029 que tramita no congresso. Para ele, ao invés de se gastar demais com a Copa do Mundo, o dinheiro devia ser investido na saúde, já que “lamentavelmente a saúde no país está em caos”. Ailto pediu que os agentes de saúde voltassem a atender no interior. “Espero que nosso prefeito e nossa secretária olhem esta questão com carinho”, falou. Eslabão esclareceu que já fez um pedido de estudo do custo do serviço.
Depois de três horas e meia de reunião, o vereador Ubiratan Rodrigues (PP) perguntou a secretária Mariza, qual a nota ela daria para o atendimento no Hospital de Caridade Local que recebe atualmente quase R$ 100,000.00 da Prefeitura? Para o vereador é necessário colocar alguém da administração junto ao hospital para fiscalizar o uso desta verba. A Secretária disse que foi feita uma avaliação positiva da parceria entre hospital e prefeitura, por isso a renovação da verba enviada com acréscimo de valor.
A questão da acessibilidade foi lembrada pelo vereador Wendel Vilela (PTB). Ele questionou se existe estudo para colocar um elevador no Pronto Atendimento para pessoas com deficiência acessarem a secretaria de saúde e também a secretaria de Educação. Segundo a secretária, é um investimento que está previsto.
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